terça-feira, 10 de maio de 2016

CONHECER A DEUS PELA PALAVRA


“VOCÊ só conhece uma pessoa quando come um quilo de sal juntos”. Outros dizem uma “saca de sal” (de 60 quilos). Não sei de onde surgiu o provérbio, mas muito popular; e quer dizer que, mesmo no caso de um quilo de sal, você leva um bom tempo para conhecer a pessoa com a qual convive, seja num relacionamento marital ou social. O sal é citado por dois motivos, e um deles por já ter sido “moeda” no passado, um verdadeiro tesouro, dado a sua raridade.

Outro motivo é que, levando-se em conta que a dose recomendável seja de 4 a 6 gramas/diárias/de sal, no caso de uma saca de 60 quilos, repartido em dois, levaríamos mais de 16 anos para comer a nossa metade, e assim conhecer a pessoa. Quer dizer: viria a conhecê-la nas “bodas de Safira ou Turmalina”. Dizem os divorciados que só veio a conhecer a pessoa com a qual esteve casada, depois do divórcio. Na separação é que aparece a pessoa real.

Bem, no caso de casamentos, a regra e o provérbio não valem para todos. Quando namoro e noivado não busca seus próprios interesses; não está focado apenas na sensualidade, nomes de família e posição social, mas congrega valores maiores, dando prioridade a Pessoa de Jesus na construção do novo lar, é possível conhecer a pessoa antes do casamento. Assim, evitar dar prosseguimento em alguns casos, e casar seguro quando se conhece que aquela pessoa é a bênção de Deus em sua vida.

Conhecer uma pessoa vai muito além de conviver, cumprimentar diariamente, associar-se, trocar presentes, festejar juntos. Em minha comum congregação convivo com algumas pessoas há mais de 40 e até 50 anos, e quando alguém me pergunta se a conheço, naturalmente digo que sim, mas na realidade não conheço quase nada daquele irmão. Não conheço suas ideias, entendimento, projeto de vida e modos de agir; então, na realidade não o conheço. Por outro lado, alguns que nunca vi, e talvez nunca venha conhecer pessoalmente, mas trocamos conhecimento aqui na internet de modo que o conheço mais do que os que congregam comigo.

O apóstolo João, o querido apóstolo do amor, já convivia com Jesus há um bom tempo, seguia-o por onde fosse, mas mesmo assim, não conhecia ao Mestre. Numa certa ocasião quando pediu pousada numa aldeia de samaritanos, que eles judeus discriminavam e condenavam, e estes negaram o pernoite; a sugestão proposta por João a Jesus, lembrando o episódio acontecido com Elias, que mandassem descer fogo do céu e consumir aqueles samaritanos hostis (Lc 9:51-56).

Não esquecendo, que caso fossem os samaritanos pedindo pousada aos judeus, eles fariam a mesma coisa. Negariam. Como exemplo, transportando para os nossos dias: Será que todo crente daria pousada a um irmão considerado dissidente? Não seriam considerados “samaritanos” por adorar em separado? Até mesmo desviados para alguns? Pois bem, a resposta dada por Jesus àqueles discípulos prontos a exterminar os divergentes, serve para todos em qualquer tempo: “Vós não sabeis de que espírito sois” (Lc 9:51-56)..

Andavam com Jesus, mas não o conheciam. Conhecer ao Senhor vai muito além de congregar, cantar, orar e pregar; algumas pregações podem dar péssimas informações sobre Jesus. Conhecer ao Senhor, já que não conseguimos vê-lo, significa conhecer suas “ideias”, seu caráter e modos de agir; e isto só é possível mediante o conhecimento de Sua Palavra escrita, onde Deus se revela aos homens. João chegou a este conhecimento. Perdeu o espírito vingativo, foi transformado no apóstolo do amor.


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