quarta-feira, 11 de maio de 2016

VITÓRIA TEREI, COROADO SEREI POR QUEM ME AMOU.



EM TODAS as coisas somos mais que vencedores, por Cristo que nos amou (Rm 8:37). Os vencedores são aqueles que tiveram uma caminhada sem muitos problemas. Talvez vindos de famílias que puderam oferecer uma boa educação secular, conforto, bem estar e tudo mais. Estes têm sobejantes motivos para render graças a Deus.

Mas o apóstolo fala de alguns que são “mais que vencedores”. Quantos cristãos viveram; outros ainda, em terras hostis ou em épocas de grande adversidade, sob o fogo de cerrada perseguição, mas não negaram a fé, não fraquejaram, nem perguntaram por que, simplesmente olharam os opositores de frente, como disse o Reformador João Wesley, e não tiveram suas vidas por preciosas.

O diácono Estevão foi um desses homens mais que vencedores! Quando inquirido e acusado por opositores religiosos fanáticos, mesmo percebendo que seu fim seria o martírio, ele fez um discurso, registrado em Atos 7, que enriquece a vida e a história da Igreja, encorajando outras testemunhas a serem fieis mesmo que o preço a pagar seja a própria vida.

O discurso enfureceu ainda mais os religionistas, que como cães ferozes rangiam os dentes, tapavam os ouvidos para não ouvir, e por fim o apedrejaram. Estevão cheio do Espírito Santo viu os céus abertos e Jesus à direita de Deus; sabendo que ia morrer entregou o espírito a Deus, se ajoelhou e orou pelos que o apedrejavam para que Deus não imputasse este pecado; e adormeceu. Um homem mais que vencedor!

Mais que vencedores foram àqueles irmãos do 1º século: Foi lhes dito: “Sê fiel até a morte, e dar-te–ei a coroa da vida” (Ap 2:10), isto não queria dizer que fossem fieis até morrer para conquistar a salvação; ela é dom gratuito (Rm 6:23); mas que viria uma intensa perseguição [que aconteceu no tempo de Nero ao reinado de Diocleciano]; que ia exigir deles o sacrifício da própria vida. E eles não temeram.

Mais que vencedores foram João Huss e Jerônimo Savonarola. Huss, condenado pelo Concílio de Constança [1415] a ser queimado vivo em praça pública, ainda profetizou: Vocês hoje estão queimando um ganso (Huss significa ganso), mas dentro de um século encontrar-se-ão com um cisne, e este, vocês não poderão queimar. Costuma-se identificar Martinho Lutero com esta profecia; o Reformador que surgiu exatamente 102 anos depois.

Em 12 de maio de 1497 foi a vez de Savonarola. O papa Alexandre o excomungou e depois foi enforcado e queimado em praça pública, mas não negou sua fé em Cristo, nem abriu mão de suas convicções fundamentadas na Palavra da Escritura.

Mais que vencedores são aqueles que, tendo pecado gravemente, são abandonados e discriminados pelos ministérios que se acham mais puros que Jesus e não podem se contaminar. Jesus não se importou com a imundície da mulher que tinha um fluxo de sangue; nem dos leprosos pelos quais todos passavam de largo; comeu com pecadores, assentou-se a conversar com a samaritana, tida como sectária desviada. A todos, diferente desses religionistas hipócritas, dispensou-lhes a cura, o perdão e palavras de consolação. Mais que vencedores, porque apesar de tudo não desistem de Jesus.

Mais que vencedores são aqueles, que por anos num leito de enfermidade, vítimas de uma doença genética, degenerativa, acidentes ou infortúnios e imprevistos; continuam firmes, sem murmurar, queixando da dor às vezes, fazendo perguntas que ficam sem respostas; mas continuam declarando como Paulo que nada os poderá separar do amor de Cristo. Estes são mais que vencedores.